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Vieses e consensos | Prédios nababescos para o Poder Público e a miséria do povo

Por: Ralf Zimmer Junior
08/11/2021 08:56
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Divulgação

A prestação de serviços públicos à sociedade consome tanto do erário, logo do contribuinte que sustenta isso tudo com o suor de seu trabalho e tributos, que a reforma administrativa é um dos temas que mais atormentam a sociedade civil, o mercado e o governo.

Ao longo dos últimos meses, essas questões ficaram mais sensíveis por conta das restrições impostas pela pandemia, que de um lado revelaram a dispensabilidade de milhões de metros quadrados ao custo de bilhões de reais para sua manutenção com a utilização do tele trabalho, e de outro que o interesse dos gestores não necessariamente foca em reduzir custeio para remanejar valores na melhoria de entregas à população (independente de quantos milhares perderam vidas, famílias, negócios, empregos...).

Sim, a matemática é simples, compartilhar espaços públicos, reduzindo contratos estratosféricos de locação e com empresas terceirizadas encarregadas de limpeza e segurança, demandaria sobras milionárias aos cofres para reinvestimento em pessoal e tecnologias, para melhor atender na ponta.

Contudo, o Poder Público infelizmente no Brasil é pouco regido pelo pragmatismo em prol da população, a única matemática que parece importar é aquela que enriquece a corriola do compadrio que se diz/é iniciativa-privada-que-vive-às-custas-dos-contratos-e-esquemas-com-amigos-do-poder-público, até porque não há exigências maiores para celebrar obrigações locatícias, e quanto a contratos basta acompanhar as páginas policiais que externam as operações da Polícia Federal (é investigação que não acaba mais atrás de estancarsangria aos cofres públicos...).

E a fórmula para manter o atraso é antiga, se a direita resolve modernizar os espaços físicos atrasados do Poder Público, a esquerda levanta a narrativa de que se estaria a fomentar a “privataria” doPaís, já se a esquerda resolver encampar políticas consentâneas aos tempos do 5G, setores da direita acusarão que se trataria de entregar o País a uma conspiração mundial conduzida pela China.

Em outras palavras, para fazer a coisa minimamente certa nesse País, que é reduzir espaços inutilizáveis de prédios públicos que custam bilhões em alugueres e manutenção, é nadar contra a maré da bandalheira, dos interesses inconfessáveis, do compadrio que corrompe os espaços públicos e privados, ou seja, é se opor ao sequestro do Estado por parcela da elite do funcionalismo público que anda de braços dados com setores não menos cafajestes da iniciativa privada. Em uma palavra, a sem-vergonhice-institucionalizada continua campeando nesse País, independente de governos de direita ou esquerdas, de uso ou não de máscaras... quer conferir? Descubra nos sítios eletrônicos de transparência quanto teu município, teu Estado e nosso País paga só de alugueres...

Por fim, lembremos a moçada dos Paralamas: “Ó mundo tão desigual, de um lado esse carnaval, de outro a fome total...”, e terminemos com o Legião Urbana: “Que País é esse?!”


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